No linguajar carioca sábado a noite é sinônimo de night, noitada, sair para tomar uma cerveja, encontrar com os amigos e andar de kart. Que porra de cariocas somos nós, que vamos até o olho do furacão da night carioaca, entramos num ônibus e viajamos a 80Km/h até SP?
Ohhh AZA, que maldito local vc escolheu, hein? Fui obrigado a comprar algumas latinhas em frente a Mariuzinn. Não só eu. Vários companheiros negociando cervejas e gelo. Fila enorme de pessoas em frente as portarias e todo mundo nos olhando como se fossemos ETs. Claro, com aquelas camisas vermelhas e cara de sono. Affff. A fila do Passeio Público Café era maior ainda. Duvido que metade conseguiu entrar. Aquele lugar é muito pequeno.
E pela estrada a fora, nós fomos bem sozinhos, cuidar da vovózinha. Minha vontade era de xingar até a vovózinha do desgraçado, que começou lá pelas tantas a soltar uma gravação de gargalhada de bruxa nos nossos ouvidos. Não pega nada não. Fazer o que né? Ônibus de galera só podia dar nisso. Ainda fui aconselhado na sexta-feira ao encontrar Bob Faulhaber no Rio Sul, a desistir da viagem.
E quase que um trote do Presidente Aza, me faz ir de carro. Ligo para o desgraçado e pergunto se está tudo certo e se o local do busão é o mensionado no email. E o viadinho de bate-pronto me responde: -
Ônibus? Do que vc tá falando?
E eu retruco já com uma sombrancelha em pé:
-pow, o busão da etapa.
-Ihhhh rapaz, vc não viu o email, não?
-Não. Só olho email até sexta-feira a noite.
- Por falta de pessoas foi cancelado.
- E temos um plano B?
E provavelmente rindo muito, Aza não consegue me responder.
Completo a frase: -Bom, pela demora na resposta não temos um plano B, então to descendo da ponte e pegando a Av. Brasil em direção a Dutra, Ok?
- E meio a um grito de desespero, fudeu! Peguei pesado. Ele responde: não, não. Tá tudo certo. To saindo de casa daqui a pouco! Por pouco não me livrei da maldita gargalhada de bruxa.
Chegamos a SP e o Queiroz e Felisberto se perderam entre a Marginal Tiete e a Pinheiros. Que falta faz um GPS. A turma da gargalhada se irritou quando começamos a destilar o seu próprio veneno. Com é doce o sabor da vingança! HUahUAuAuha
Rubin estava com tanto sono, que ao acordar avistou uma padaria. Estava com tanta fome, que queria parar no meio de alguns punks, que tomavam a milésima saideira, num boteco arrumadinho. Seria um desastre e um choque cultural. Começaria certamente uma guerra civil em plena Av. Interlagos. Nessa altura do campeonato, Queiroz já tinha se achado. Ahhhh mas faltava uma padaria.
Pergunta a um tiozinho que varre a calçada, a uma tiazinha, que não era a mascarada, e sim uma velhinha que levava seu poodle para passear, e finalmente chegamos a padaria.
Vizinhança tranquila, serena e os fdp dos cariocas tudo empolgado e cheios de fome. O moleque da chapa viu aquela invasão e pensou: FUDEU!!! Acabaram com o meu domingo!
Fui um dos últimos a comer. O cara da chapa não foi justamente com a minha cara. Também, com essa paiaça de otário. Quem iria me atender. Até o Queiroz ficou me zoando! Afff...
Depois de muito custo entramos no Kartódromo e aí começa a parte boa da história. Pelo alambrado já fica a vontade de ver a F1 no dia 18 de outubro. Foda-se quem vai ser campeão. A vontade é estar lá. Ver o S do Senna, praticamente de frente, é uma visão inspiradora. Pelo menos do ponto de vista de um kartista. E o kártodromo que também leva seu nome é outra coisa absurda.
Os mecânicos reclamando muito, devido ao horário que já estavam trabalhando novamente (tinham saído no dia anterior muito tarde), devido a uma outra competição, e nos davam mostra do que seria o nosso dia em relação a manutenção, fiscalização e apoio a etapa. Tudo era feito com má vontade. Diferente do amigo e administrador da nova opção de Indoor (uma pena que é em SP), Zé Antônio. Conhecido da pilotaida por administrar o Kartódromo Premium, Zé se dividia para dar atenção a todos. Ele só não podia ficar de babá de mecânico e fiscal de pista.
Pista aberta, largada da F1, pagamento dos treinos... Que confusão... Fui um dos primeiros a sentir a má vontade dos mecânicos. Sentei todo animado no 13Hp, acelerei e meu kart praticamente não saiu do lugar. Coloquei a mão no “gatilho” do acelerador e para minha revolta o cabo estava com folga. Voltei para o box e pedi a troca de kart. - "Não tem kart para trocar não. Vou olhar seu kart." Fala um mecânico. Logo aparece um moleque mais novinho fazendo cara de cu, fala para eu sentar naquele kart e ir para pista. A pilotaiada já está a toda no primeiro qualifing. Mostro a ele o tamanho da folga. Enquanto isso o primeiro mecânico no passo de BabyKart, volta para fazer a troca do cabo.
Quando ele termina, o qualifing já havia acabado, e lá ia eu para pista largar em último, sem dar nenhuma volta sequer e sem saber se meu kart era bom. Largar em último é muito divertido, e foi com esse espírito que fui para pista. Ultrapassei, fui ultrapassado e aproveitei. Pensei: depois desse tem mais um treino e vou aproveitar para pegar a pista.
Começa o segundo treino quase em seguida. E meu nome simplesmente não é colocado na lista. Estranhei que não era chamado para o grid e não para minha novidade fiquei em último no qualifing, fiquei em último pq não haviam registrado meu kart, sabe-se Deus aonde. Mais uma vez largando de último, mais uma corrida divertida, e nada de andar lá na frente com as feras e pegar os detalhes do traçado.
Mais uma corrida em seguida e lá veio a TOP. Abertura oficial de etapa do KR. Os Big Bobs na minha frente, junto com a galera da KR4 e os TOP 10 atrás.
Tinha pela primeira vez, um bom equipamento em mãos. Não demoro muito e estou na liderança da corrida. 9 ultrapassagens em 2 voltas. É hora de aproveitar a pista livre e virar tempo, pq daqui a pouco as feras começam a se livrar do tráfego e incomodar. Para minha surpresa as feras demoraram a sair do tráfego e quando sairam eu estava longe. Muito longe. Corrida tranquila, era só levar o kart até o final e correr para o abraço.
Mas no meio da bateria, vi na entrada da reta uns pedaços de plástico, um negócio estranho. Não entendi o que era. Mais uma volta e me liguei. Algum lastro arrebentou. Olho para o meu banco, ih... Era o meu lstro. Minha tornozeleira de 4Kg havia corrido para baixo do banco e estava arrastando no asfalto. Praticamente parei o kart na reta, coloquei o banco para trás, puxei o lastro, joguei no meu colo, coloquei o banco para frente de novo e comecei uma maratona para tentar ajeitar o lastro no banco.
Com isso tudo, virei duas voltas muito lentas e as feras chegaram. Felipe Piat que estava andando próximo mas com uma volta atrás (estava apenas me seguindo para brincar), estranhou todo o movimento, mas ficou acompanhando minhas voltas lentas. Pimpolho Faulhaber, que não tava nem aí, se eu tinha problemas com o lastro ou não, se aproximou, estava com um canha e partiu para o ataque. Felipe Piat, que depois da confusão do lastro, estava muito mais rápido que eu, faz a ultrapassagem em mim, descontando um volta, mas ele na minha frente com Pimpolho Faulheber na minha cola, não dava. E dei um chega para lá de leve em Piat, para ficar mais tranquilo. Mais tranquilo, que nada. Pimpolho F. não desistia das investidas e tentava de todas as maneiras. Reclamou que fiz zigue-zague na pista, mas não fiz, não. Entrava na reta, e quando percebia a manobra de Pimpolho, buscava a linha de dentro e não saia mais dali. Trocar de lado uma vez durante a reta é permitido, Pimpolho!
Faulhaber de tanto tentar, achou um espaço entre meu kart, a zebra e parte da grama e me passa numa manobra dura. De quebra, perco a posição para alguém que tinha chegado para a brincadeira, vide as minhas voltas lentas defendendo. Na curva seguinte este alguém, que saiu melhor na curva anterior, mergulha para cima de Pimpolho os dois espalham e eu reassumo a liderança.
No meio desta confusão, consigo escapar um pouco, e Pimpolho começa nova investida, mas dessa vez ele trás de carona, Bob Jansley. Este é macaco velho e fica só espreitando nosso embate. Continuo fazendo o traçado defensivo e cada um que cola atrás de mim e muda o traçado, buscando manobra para a próxima reta ou curva, perde a posição. A corrida é eletrizante, e não vejo a hora de ver a bandeira branca. Quando ela surge, os dois de trás sabem que terão suas últimas chances de arriscar. Pimpolho busca uma brecha para mergulhar, mas só se for pela grama. Tenta na última curva mudar o traçado para mergulhar, mesmo que por fora na reta, tentando aproveitar o melhor motor do seu kart, mas esqueceu que atrás dele, havia Bob jansley, que ao ver a manobra de Faulhaber, mergulha e coloca por dentro. Eu consigo respirar no último pedaço de reta, para cerrar o punho, tomar a quadriculada e comemorar mais uma vitória na KR-TOP com champagne.
Segundo lugar para Bob Jansley e Terceiro lugar para Pimpolho Faulhaber, que “chorou” muito na saída de pista. Hehehehe Botafogeunse é foda! Brincadeiras futebolísticas a parte. Daniel sempre foi muito duro em suas investidas, mas sempre muito limpo, muito leal. Parabéns Daniel!!! Tomara que tenhamos mais oportunidades!
Logo depois da KR-TOP, (foram quase 90 minutos de pista num sol escaldante), comecei a perceber que estava com febre de novo. Todo mundo me sacaneando da gripe do Porquinho, mas de gripe do porquinho não tinha nada. Era uma baita infecção que voltava a me atormentar, vide a primeira vez que a danada foi mal-cuidada. Mas isso eu só saberia no dia seguinte, momentos antes de ser internado e bla-bla-bla...
Fui para a sala confortável e tentei descançar aos cuidados de um tillenol. A Loira chamou a enfermeira da ambulancia (desde o Mundial tenho pavor desses açougues), mas essa menina era legal. Apenas verificou minha pressão e minha temperatura. Ahhhh bobagem, da pra andar de novo, são só 39,6 de febre... Nada que um tillenol não resolva.
Com isso mais uma vez não vi as baterias. Sem exceção. Não vi nenehuma. Fiquei por volta de uma hora quieto, descansando para tentar correr a KR-3. E assim que chamado, o fominha se levantou e correu para se arrumar. Hora de voltar para seletiva pista de interlagos. Karts sorteados e classificando junto com a KR-1. Teria largado em quarto, mas minha disputa era com o pessoal da KR-3 e marquei a Pole. Largada dupla, e aproximadamente 25 segundos depois da largada da KR-1, foi dada a largada da nossa bateria. Mantive a ponta e abri vantagem enquanto meu adversário direto na disputa pelo título, se livrava da galera, já que ele tinha largado em quarto. Brazuna quando se viu livre, até tentou chegar, mas a corrida já estava encaminhada, vide a boa vantagem que havia aberto no início. Sem disputas na minha categoria, fui buscar o pessoal da KR-1 que se embolava um pouco mais a frente. Mas dessa vez não deu. Alex Kid era meu primeiro alvo, mas faltaram pelo menos umas 3 voltas para chegar no boneco.
Quadriculada, punho cerrado, febre e champagne.
Não queiram imaginar como foi a minha volta. Terrível, mas alguns tillenols me ajudaram a sobreviver. Obrigado Loira, por todo o carinho e cuidados!!! ... e obrigado a todos os amigos que não me deixaram dormir na ida, mas que brincando ou falando sério, me apoiaram por toda a volta.
Até as pistas!
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
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