Acordar de madrugada em pleno sábado, encarar o frio de moto até o RJ, encontrar com o Arqui-Amigo, Daniel Barberini e seguir por aproximadamente 3 horas de viagem até Guaratinguetá. Depois de alguns treinos e uma corrida, pegar a estrada novamente, seguir para Volta Redonda e
participar de uma corrida de longa duração (endurance*).
A viagem é sossegada e a estrada apesar de alguns pontos de obra é muito boa. Uma parada obrigatória logo no início para reforçar o café na casa do Alemão e após nossos fígados reclamarem bastante, devido ao pão com linguiça e muitos croquetes, vamos firme rumo a uma das pistas mais charmosas que já andei, o kartódromo internacional de Guaratinguetá.
A galera do KR já estava por lá quando chegamos e dois treinos livres já tinham rolado. Achávamos inclusive que não íamos conseguir treinar. A lista de pilotos era grande e a procura por treinos absurda, inclusive com fila de espera. Mas escrevi: "a galera do KR já estava por lá..." Não posso mentir para voces. Que galera? Cade a pilotaiada? Poucas faltas na KR1 A e B, mas a KR2 tinham apenas 8 pilotos e a KR3 não tinha quase ninguém. Por pouco, bastava entrar na pista para ir ao pódio, foram apenas 4 pilotos. Não consigo entender o que afasta a galera, principalmente em uma pista tão gostosa com a de Guará. Sem falar que o KR nunca tinha ido lá.
Mas quem anda por lá a muito tempo é Guilherme Sabra, que desde 2006 corre pelo menos duas vezes por ano com XKART e sabe muito daquela pista. Para melhorar contou com a sorte no sorteio e formou dois conjuntos (kart/piloto) muito bons, tanto para classificação, quanto para a corrida. Fez pole, melhor volta e deixou a galera se estapeando para trás. A KR1-B fez outro semi-felizardo. Diogo que havia faltado a última etapa em Bangu, pegou exatamente os dois karts que andei nos treinos livres, e por sorte o rolimã* para classificar e o canha para a corrida. Classificou mal, mas fez excelente corrida de recuperação, assim como previsto e cravou o terceiro lugar. Entre eles apareceu o excelente piloto Julio Lenzi, que se começar a aparecer em todas as etapas, já já vai figurar na KR1-A.
Era hora de acelerar, havia feito um excelente tempo nos treinos e mais uma vez ia confiante para a pista que adora me frustar. De tudo um pouco já havia acontecido comigo em Guará. Pegar um canha* no sorteio e andar com o maldito afogado*. Pegar um kart com 3 pneus de um composto e um único de outro. Era como andar em um kart com apenas 3 rodas. Também já fiquei na primeira curva de Guará. Isso mesmo! Na primeira curva após a largada e simplesmente uma das peças que fazem o eixo girar, quebrou. O eixo girava em falso e o kart não andava. Posso dizer que de 13Hp em Guaratinguetá, em corridas oficiais, eu nunca terminei uma sequer.
Mas desta vez a sorte estava do meu lado. O sorteio dos conjuntos foi excelente. Um canha para classificar e outro para a corrida! Meus companheiros de categoria não tiveram a mesma sorte e ou pegaram karts bons para classificar, ou para a corrida. E com um foguete nas mãos, cravei a pole. Na troca de karts, eu simplesmente passo para o kart que tinha feito a segunda posição do grid. Perfeito!
Na largada o kart da uma falhada, engasga um pouco, mas Arqui me empurra por toda a reta. O que ele não contava era que fazendo isso, uma procissão passarai por ele na primeira freada da Dutra. Henning mergulha e Piat vem no embalo. Henning sabendo que não tinha um excelente equipamento em mãos, resolve segurar todo mundo, mas no final da segunda volta Piat consegue a ultrapassagem.
De maneira tranquila abri do resto do pelotão, exceto de Piat que aos poucos vinha tirando a diferença. Fizemos duas corridas distintas. Eu, Piat e Andrezinho, que vinha em terceiro tranquilo e o resto do pelotão que vinha bem atrás, se embolando para ver quem não chegaria em último.
Piat demorou mas me alcançou. E depois de duas voltas atrás de mim, deu o bote na descida do laranjão. Colocou por dentro e eu sem ter muita ação para defesa, não arrisquei contornar toda a curva por fora. Preferi recolher e seguir o Piat, até porque ainda faltavam algumas voltas.
Guará é uma pista que dá muito vácuo, e eu sabia que se acompanhesse Piat, com o motor do meu kart acabaria chegando em condições de ultrapassar novamente. Fui atrás dele e na volta seguinte já seria suficiente para tentar o bote no final da reta da Dutra, mas não valeria a pena. Era cedo. Na mesma volta, na saída do S, Piat erra. E faz o contorno para a grande reta por dentro. Com o kart muito amarrado e sem a retomada ideal, foi só contornar certinho e colocar por dentro. Se aproximando da curva 1, Piat tira o pé e recolhe, pois se ficasse por fora, certamente iria perder aderência e iria para a grama. Não entendi ainda, mas Piat logo depois da minha ultrapassgem parece ter perdido a concentração. Dois erros seguidos dele e por consequencia uma vantagem confortavel para mim, desde que não cometesse nenhum erro.
Sigo tranquilo por mais uma volta, faltavam apenas 5 e a vantagem para Piat era mantida. Contorno do Laranjão, entro na curva quadrada e desço a reta da arquibancada. A olhada básica para trás medindo a distancia para o adversário. Entro no S e .... A sorte foi pro caralho!!!
Viro passageiro do meu kart.... Guratinguetá 4 x 0 Hebert. O suporte da barra de direção, aqueles dois ferrinhos que ficam bem na frente do banco e que fazem quase 90graus com o chassis do kart partiram. O volante praticamente saiu nas minhas mãos. Estava muito próximo dos boxes, e consegui com o pouco de dirigibilidade que sobrou, conduzir para a troca de kart.
Mas uma demora infinita por parte dos mecânicos, me fez perder todas as posições e me recolocar meia pista atrás dos últimos colocados. Dei mais uma volta e abandonei. Desolado, triste, capisbaixo! Chega de Guará. Só volto lá para cumprir tabela!!!
Do lado de fora da pista vi Piat vencer, seguido de Andrézinho e sinceramente não lembro quem ficou em terceiro. Os mecânicos vieram se desculpar, o dono do Kartódromo também e disse: "Rapaz, a gente sabe que existem quebras de kart, mas o que me deixa triste é que foi justamente com vc?" Pelo menos depois de 4 quebras, quem sabe não ganho um passaporte do Kartódromo, daqueles de parque de diversões, que vc anda em todos os brinquedos até enjoar. Só com bom humor mesmo!
Com bom humor eu fiquei, mas era dificil não ficar desolado. Em um campeonato competitivo como o KR, vc não pode perder este tipo de chance. Pelo menos não foi culpa minha! Paciência. Vamos para o Point daqui a uma semana. Quem sabe na pista que mais gosto de correr, a sorte não muda!
A KR3 foi para pista logo em seguida, mas me recuso a contar detalhes de uma corrida com 4 pilotos no grid. Galera, foi frustrante ver uma pista daquela com apenas 4 pilotos... 4 pilotos...??? É isso mesmo, 4 pilotos! 4 pilotos? Não, 4 pilotos! 4 pilotos? Não, 4 pilotos! Já disse, 4 pilotos!!!
Na KR2 haviam 8 pilotos e quatro faltas não são bem vistas, mas relevamos por ser sábado, muitos trabalharem e pelo fato de ser uma viagem. Infelizmente meu estado de desolação era tão grande que fui embora e não vi a KR2. Não sei o resultado e assim que receber da organização, tento fazer uma análise dos conjuntos kart/piloto para qualifing* e corrida e coloco em forma de comentário.
Pausa para o almoço e estrada até Volta Redonda, mas o I endurance de 4 tempos de Volta Redonda eu conto em outro post.
Até as pistas!
Para a galera do muro:
Endurance: corrida de longa duração. Uma corrida de kart leva em média 20min, sendo 5 de tomada de tempo, para decidir a ordem de largada e 15 de corrida propriamente dita.
Canha: termo criado neste blog para se referir a um kart muito bom.
Afogado: Um kart afogado diminui o consumo e o kart não anda tudo que pode.
Qualifing: Classificação. Tempo da corrida destinado a tomada de tempo para formação do grid de largada.
Rolimã: carrinho de madeira, feitos com rodas de rolimã e sem motor. Só pode ser conduzido em uma ladeira, pos não tem nenhum tipo de propulsão. Termo utilizado neste blog para se referir a um kart muito ruim.
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Até que vc chorou pouco contando a sua desventura com o seu kart...heheheheh
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