Idéia nova e claro surgiram muitas dúvidas. Ninguém havia feito uma competição nesses moldes, natural que acontecessem as ínumeras perguntas questionando o regulamento. Um briefing longo e cansativo, mas que depois de sanada a curiosidade e descartada as mais mirabolantes idéias, teve início o sorteio dos kart.
Não é de hoje que sabemos do equilíbrio dos karts do Point Kart. No entanto, não é de hoje que sabemos, que não tenho muita sorte com sorteios de kart. Portanto, até em um lugar privilegiado como o Point kart, eu consigo pegar o kart que toma 0,3 décimos dos canhas.
É isso mesmo. Se a diferença de 0,3 é pequena e realmente é, considerando os padrões de kart indoor que temos. Esses mesmos 0,3 por 100Km fazem uma diferença absurda. E se na minha opinião tinha uma coisa que precisava ser alterada no regulamento, era a troca de karts. Na verdade, precisava ser inserida.
Por decisão unanime da equipe, Pedro Ricardo deu uma volta com seu kart e entrou para fazer a troca. Pegamos um kart que por muitos era considerado reserva, mas todos da equipe já tinham andado nele e sabíamos do potencial do nosso equipamento.
Pedro não decepcionou e classificou nossa equipe em segundo, a frente de outros kart considerados favoritos, mas com pilotos menos experientes que Pedro naquela pista.
A equipe de Pimpolho Faulhaber, Humberto Rubin, Giovanni Pimpolho e Versolírio Jr classificou em primeiro, com FDP em terceiro e Petrópolis em quarto.
Logo na largada Pimpolho Faulhaber, com um canha nas mãos e muito leve, mostrou que não seria páreo para ninguém e abriu grande vantagem de Pedro, que lutava contra os FDP e um pelotão inteiro que vinha atrás dele. Com um kart mais lento, Pedro não conseguia abrir, vide que seus oponentes andavam na sua referência.
Quem olhava de fora pensava que o primeiro lugar já estava decidido com 10min de corrida e que brigas seriam para compor o pódio. Ledo engano. O kart de Pimpolho Kaiuca explode o motor em plena reta, depois de deixar vazar óleo por meia pista. Uma sequência de acidentes acontecem e uma bandeira vermelha é acionada para limpar a pista e evitar um dano maior aos pilotos.
Uma interrupção enorme acontece, não só pela bandeira vermelha, mas pelas chuvas que castigavam o RJ naquela noite, e causavam quedas de energia seguidamente.
Mais de 1 hora depois, com tudo reestabelecido a dificuldade era montar o grid. Muitos pilotos simplesmente não entendiam ou não entendem o procedimento de bandeira vermelha, que é padrão em qq lugar do mundo. Isso gerou mais discussões. Algumas equipes queriam até se retirar do grid, ameaçando não largar.
O pior é que uma equipe reclamava com razão. Talvez não tenham reclamado da maneira correta, mas estavam corretos em reclamar. Quando a bandeira vermelha foi acionada, o primeiro piloto a receber foi Filipinho da equipe de Petrópolis, que naquele momento era o quinto colocado e não Pimpolho Faulhaber que era o líder.
De posse do escalte e sabendo que o líder era Daniel Fauhaber, a organização começou a organizar o grid, mas Filipinho não podia largar em primeiro, portanto, colocou-se Pimpolho Faulhaber em primeiro e a partir da diferença para os demais fez-se uma fila indiana, para efetuar a largada lançada.
Como a diferença para Filipinho não existia, muito pelo contrário, ele foi reposicionado em último, por simples falta de opção. Indignado o técnico da Equipe, Poul H., que também é organizador do Mundial, reclamou bastante e convenceu que a posição correta de Filipinho era o quinto lugar.
Todos reposicionados e aptos para a largada, a bandeira verde é acionada quase 2 horas depois a interrupção. Logo na largada Pedro Ricardo mostrou toda sua habilidade para andar no óleo e ultrapassou Pimpolho Faulhaber, numa manobra que deveria ser invalidada, vide que eles ainda não tinham aberto a volta. Pedro armou o bote uma curva antes da entrada da reta, e já passou na reta a frente, sem dar chances a Pimpolho Faulhaber de defesa na primeira curva a esquerda.
Pedro se manteve na frente até as últimas voltas de sua perna, quando Pimpolho Faulhaber repetiu a manobra, já com pista normal, e ganhou a primeira posição. Neste momento só restavam eu e Rubin para assumir os karts de nossas equipes, e eu fui o primeiro a entrar.
Todas as equipes já haviam feito suas trocas, mas voltamos em segundo ainda. Tentei ser rápido para tentar a ultrapassagem na parada de box para a troca de Pimpolho Faulhaber/Humberto Rubin, mas não foi possível. Rubin estava na oficina e eu entrando na reta. Era uma vantagem confortável da equipe DARUGIVE, para a EU PENSO KART, mas Rubin não rendia no mesmo kart que Pimpolho Faulhaber fazia chover. Comecei a tirar cerca de 3 a 4 décimos por volta e não demorei muito tempo para ver Rubin e me motivar ainda mais na perseguição.
Quando Rubin me viu, eu ainda estava longe, mas ele não pensou duas vezes e começou a defender. Defendia muito. Catimbava, freava antes, pedia para não ser tocado. Fez o dele. Não estava errado, mas com o excesso de defesa ele colocou na briga a equipe que estava em terceiro lugar. E se eu queria ultrapassar Rubin, agora tinha que me preocupar em não ser ultrapassado. Mas fui. Rubin novamente antecipa demais a freada e me obriga a sair do traçado para evitar o choque. Entrei desequilibrado na saída da parabólica e perdi a segunda colocação. Não lembro o nome da equipe que estava brigando conosco. O rapaz era rápido, estava em um canha, mas era afobado. Encheu tanto o saco de Rubin, que tomou duas advertencias e cheguei a ver o momento de ganhar a posição sem fazer força, talvez com a penalização de um stop-and-go. Rubin continuava lento e trouxe Petrópolis para a briga também. Gustavo Loureiro, vice-campeão mundial de kart indoor em 2009, chegou no final da fila. Agora precisava ultrapassar o segundo e me preocupar em não perder o terceiro. Que situação ingrata.
Chegamos nos retardatários e no terceiro a ser ultrapassado, o segundo colocado deu mole, abriu para tentar a ultrapassgem pelo local errado. Quando me viu do lado, tentou me espremer nos pneus. No braço de ferro não dá. Não recolheu e não se conformou com a perda de posição, e ainda tentou dividir a curva por fora. Sendo que Loureiro já estava embutido em mim, para ganhar a posição junto. Pneu pro rapaz. Rubin respirou aliviado por umas 5 voltas, e chegamos novamente nele. Tentava de todas as formas achar um brecha para a ultrapassagem, mas era muito dificil, vide o traçado que Rubin desenhava. E foi tentando achar um traçado que possibilitasse fazer a ultrapassagem, que perdi novamente o segundo lugar. Loureiro dividiu a curva Sabra comigo, certinho, sem choro... E levou o segundo lugar a três voltas da bandeirada dos 50Km.
Troca pilotos, alinha novo grid e vai ser dada a largada para a volta ao ponto de origem, mais 50Km de adrenalina.
No lugar de Rubin, entra Giovanni Pimpolho. No lugar de Loureiro entra Gil Martins e no meu lugar entra Daniel Arqui Barberini.
Dos três da frente, que levavam larga vantagem para o quarto, o mais pesado era o Arqui, com seus 80Kg e mais 3 de lastro, era impossível acompanhar os 70 e poucos Kg de Gil, que por sua vez não consiguia acompanhar os 60 e poucos de Giovanni Pimpolho.
Foi a passagem de pista mais tranquila do ponto de vista das disputas diretas. Pimpolho abria de Gil que abria de Arqui.
Era esperar o ultimo trecho de 25Km para ter emoções novamente.
As trocas em seguida eram, Giovanni Pimpolho por Versolírio Jr, Gil Martins por Raphael James e Daniel Barberini por Felipe Piatgorsky.
E se Pimpolho Faulheber e Giovanni Pimpolho andaram extremamente leves, a lei da compensação para a equipe DARUGIVE não seria grata com Versolírio Jr. O mais pesado da equipe iria andar com quase 100kg. Atrás dele vinha babando Raphael James, com 80Kg justos e Felipe Piat na mesma balada.
Giovanni Pimpolho entregou com excelente vantagem e Versolírio apesar de mais lento, que os outros dois, era rápido considerando o seu peso. Raphael tirava volta a volta, e depois de algumas voltas, parecia ver o seu oponente em outros pontos da pista e motivado começou a andar muito rápido.
Piat mantinha um ritmo bom, e chegou a tirar a volta que tinha para Versolírio, mas não era tão rápido quanto R. James. E continuou diminuindo para Versolírio, mas não se aproximava de James.
A corrida se manteve nessa mesma balada até próximo do seu final, foi quando faltando umas dez voltas, James se encontrou na pista com Versolírio, que não pensou duas vezes, estacionou o kart em cada curva, fazia o traçado defensive e não dava chances para James tentar o bote. Ele até tentou por fora, mas aí é impossível, ou o oponente tem que ser muito bonzinho, não é o caso de versolírio.
Piat sendo incentivado pelo muro, começou a andar mais rápido e tentou ficar na espreita do que poderia acontecer do embate a sua frente.
Versolírio conduziu sob pressão, mas com extrema categoria para finalizar depois de quase 3 horas de pista, mais de 6 horas depois do horário marcado e com 100Km de cimento percorridos.
Punho cerrado, quadriculada e Champagne para a equipe DARUGIVE, com Petrópolis em segundo e Eu Penso Kart em terceiro.
Confraternização na saída, muito fair play e parabéns ao Point kart e organização por este evento que abriu o calendário Carioca de kart Indoor.
Até as pistas!
Como é q é?
ResponderExcluirSabra já virou nome de curva no point?
hauhahahuahua
Dessa eu não sabia!
fala Marcel...
ResponderExcluirRapaz, essa curva é neste traçado, mas no sentido anti-horário, na verdade, a curva é a mesma nos dois sentidos, mas só é justo chamar assim, qdo corremos no sentido anti-horário.
Pergunte a ele sobre a X1 na 8a etapa do XKART ano passado. rsrsrsrsrsrs